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Tavira romana

Autores

Tipología
Unpublished work
Location
Tavira
Editor
Campo Arqueológico de Tavira / Câmara Municipal de Tavira.
Year
2005
Páginas
43
Synopsis

[Resumo proveniente da fonte]

A cidade de Tavira foi um lugar pouco importante na Época Romana, não tendo a tradição da sua "Ponte Romana" fundamento arqueológico. Passava no entanto aí a principal via romana do Algarve, integrada no Itinerário Antonino XXI na sua etapa Balsa-Baesuris (Castro Marim).A travessia do rio efectuar-se-ia possivelmente ou por passadeiras ou por uma ponte de madeira, estruturas que não deixaram vestígios.O sítio notabilizava-se então pela presença de um grande campo de ruínas tartésicas na colina de Santa Maria, abandonadas já há séculos, por uma domus ou villa (que ficou na toponímia como Villa Frigida, evoluindo posteriormente para Bela Fria) e por uma ocupação agrícola no Campo da Atalaia, de que apenas se conhece a necrópole. Destacava-se ainda o vau do rio, sítio de passagem da referida via, onde se pensa ter existido um santuário fluvial junto da nascente aí existente, dedicado a uma divindade desconhecida. Coloca-se a hipótese de o nome do rio Séqua ser de origem pré-romana e estar associado a essa divindade, que pertenceria então ao mundo céltico ou, mais provavelmente, a uma raiz indo-europeia anterior. São também numerosos os mananciais sacralizados no percurso da via romana e nas suas ligações secundárias nos arredores de Tavira. Associados a funções viárias e com uma origem ou tradição popular pré-romana, são, ou certificados pela presença de "pegadas" gravadas na pedra ou deduzidos pelas características das dedicações páleo-cristãs, por cultos populares actuais e lendas tradicionais que indiciam uma continuidade desde a Antiguidade. Estes indícios, assim como a fertilidade estuarina e agrícola das redondezas, são contraditórios com a escassez de lugares de povoamento romano conhecidos. Tal poderá dever-se a uma ocupação rural dispersa por populações turdetanas autóctones, enquadradas no sistema fundiário e fiscal romano prevalente no território balsense. Séculos mais tarde, provavelmente já durante o domínio visigótico, o sítio do vau terá sido cristianizado com uma dedicação a São Juliano. O hagiónimo Sancti Iuliani passaria a designar um pequeno povoado da margem esquerda (hoje colina de Sant'Ana) e a parte terminal do rio. No século X o culto de S. Julião permanecia vivo, como prova a existência de um bispo local chamado Iulianus. No séc. XII o local, já totalmente islamizado, denominava-se Gilla, nome que abrangia o troço final do rio, que evoluiu para o Gilão actual. A reconstituição da rede viária romana realiza-se a partir da articulação desses sítios com outros elementos arqueológicos, balizada pela restituição da linha da margem do rio e  dos esteiros na Antiguidade e orientada pelas directrizes de arruamentos primitivos, limites de propriedade e caminhos rurais mais ou menos fossilizados. Estes elementos são avaliados tendo em conta as transformações dos eixos de comunicação ocorridas em Tavira em épocas marcantes posteriores, nomeadamente no apogeu do domínio islâmico (séc. XII), no séc. XVII e na 2ª metade do séc. XIX.

Language
Geographic Area

PORTUGALFAROTavira

Last modified
04/21/2021 - 16:37