[Resumo extraido da fonte] 

Esta comunicação centra-se  na forma como foram subsumidas numa construção hegemónica ganhadora as memórias de um acontecimento traumático ocorrido durante as ditaduras em ambos os países. Devido ao encerramento do espaço público para a acção política, essas memórias rechaçadas foram remetidas para a esfera familiar, privada, em pararelo com o silêncio a que eram remetidos na esfera pública os "vermelhos", republicanos, socialistas, anarquistas. Privatizadas pelo medo da repressão, mas igualmente pelo consentimento público, emcontram hoje condições para serem retornadas, em termos colectivos. Assim, interroga-se a décalage entre a forma amnistiada de abordar os eventos, e a resistÊncia colectiva a revivificação actual, numa tentativa de incorporação social dessa forma grupal. Esta resistência colectiva, que hoje assume um formato mais evidente, constituíu ao longo de décadas um registo escondido, só passíbel de activação em colectivos e situações precisas.