Skip to main content

Côa (NE Portugal): O rio que une, aparta e progege! En torno da definição do conceito de fronteira

Tipología
Book Chapter
Título del libro

O homem e as zonas costeiras. Tomo IV da Rede BrasPor

Book editors

Pereira, Silvia Dias; Rodrigues, Maria Antonieta C.; Bergamaschi, Sergio; Gaspar Freitas, Joana

Location
Rio de Janeiro
Editor
Faperj
Year
2015
Páginas
157-167
ISBN
978-85-88769-98-4
Synopsis

[Resumo proveniente da fonte]

As Terras de Ribacôa estão localizadas no interior beirão português, na zona fronteiriça com a Espanha. As suas características geomorfológicas apenas propiciaram a pastorícia e a agricultura de subsistência, sendo que a ocupação humana da zona em estudo remonta ao Paleolítico. Com acidentado vigoroso e clima agreste, desde sempre este território dependeu dos cursos de água que aí abundam, com especial destaque para os rios Douro, Côa e Águeda que a delimitam, garantem a pesca fluvial, asseguram a agro e silvicultura e constituem importantes vias de comunicação.

No decorrer da História, sobretudo a partir da ocupação romana, a região foi negligenciada pelos centros de decisão e poder dos povos invasores. Deste modo, a população de Ribacôa desenvolveu na autoorganização um sentimento de unidade cultural, política e social, em convivência cordial com o invasor que, assim, se abstinha de intervir na região.

Durante a Reconquista a situação manteve-se. O reino de Leão integrou Ribacôa, mantendo os níveis de autonomia destes povos, plasmados nos seus forais. O rio Côa era uma fronteira entre os reinos de Portugal e de Leão! O afastamento da corte leonesa para Castela, a fraqueza do monarca leonês/castelhano e a possibilidade da perda de autonomia por via de uma qualquer doação territorial, levou estas gentes a abraçar, sem resistência, a ocupação portuguesa, em 1296. O rio tornou-se numa estrada que ligava Ribacôa a Portugal! Era também, em caso de guerra, via de fuga e barreira de segurança contra o invasor.

Em suma: este espaço físico, naturalmente delimitado por rios, dos quais sobressai o Côa (que dá nome à região), dado o seu isolamento e desinteresse de que foi alvo, veio a congregar-se numa comunidade que extrapolou as fronteiras luso-espanholas, constituindo-se como uma região com um cunho identitário próprio, o que se refletiu ao nível cultural, linguístico e até político. Palavras-chave – Rios; Côa; Território; Fronteira.

Language
Last modified
08/02/2019 - 14:23