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A raia alentejana medieval e os pólos de defesa militar: o castelo de Noudar e a defesa do património nacional

Tipología
Libro
Localidad
Lisboa
Editorial
Universidade de Lisboa
Año
2007
Páginas
189
Sinopsis de contenido

[Resumo extraído da fonte]

A dissertação de Mestrado A Raia Alentejana Medieval e os Pólos de Defesa Militar. O Castelo de Noudar e a Defesa do Património Nacional, tem o objectivo geral de estudo da área regional da raia alentejana no Baixo Alentejo, mais concretamente o distrito de Beja e o concelho de Barrancos. É aqui que o castelo de Noudar se insere, instalado numa elevação sobranceira ao rio Ardila, a cerca de 12 quilómetros de Barrancos, a sede de concelho, e numa área territorial situada entre dois cursos de água, o rio já referido e a ribeira da Murtega, que funcionavam, na Idade Média, como obstáculos naturais, dois “fossos”da natureza, que dificultavam o acesso à estrutura defensiva. A fortaleza de Noudar teve uma ocupação prolongada no tempo, com uma ocupação humana que vem desde a pré-história até ao século XIX, e que em época medieval se viu envolvida nas lutas da Cristandade contra o Islão, e posteriormente nas vicissitudes político-militares entre os reinos de Portugal e Castela. Este castelo foi mesmo mudando de proprietários várias vezes, durante o século XIII. Ao longo do século XX, as publicações e estudos sobre Noudar não abundam, pelo que esta circunstância afectou, sem condicionar, este trabalho. A bibliografia e artigos existentes sobe o castelo é já bastante antiga, mas que mostra que houve uma sensibilidade específica para o assunto, sendo a vir publicadas pequenas referências e mesmo monografias sobre a estrutura defensiva alentejana. A ausência de publicações sobre Noudar não é estranha, pois a situação periférica e quase marginal do castelo (também da vila de Barrancos), colocaram a estrutura numa situação de pouca visibilidade por parte dos investigadores que se debruçaram sobre as temáticas das estruturas fortificadas. Este castelo insere-se, na Idade Média, numa fronteira, primeiro com o Islão, depois com o reino de Castela. Mas que não se enquadra numa linha político-administrativa de separação total e completa de populações que, vivendo junto à fronteira, continuam a comunicar e a interagir entre si, havendo mesmo castelhanos a virem trazer os seus gados a pastar em terras de Noudar, no final do século XV. Existe uma dinâmica populacional interactiva dentro da raia, no Baixo Alentejo, populações que estão distantes do poder central, seja por parte de Portugal ou Castela, e sentem-se distantes de um poder que, durante a primeira dinastia, prefere percorrer o litoral. Se o poder está distante, as populações são mais próximas umas das outras, devido à partilha de vivências e problemas comuns. O poder central português moderno utilizava as populações e suas recordações para lhe dar legitimidade, é isto que acontece no final do século XV, no reinado de D. João II. A questão da demarcação dos limites do reino é uma imposição do poder central, que recorre às populações para legitimar o domínio desta zona raiana. A estrutura militar em si é um bom ponto de estudo para perceber a utilização do castelo e a sua função defensiva, principalmente depois das inovações construtivas que recebeu após o tratado de Alcanizes. Finda a ocupação muçulmana no reino de Portugal, a ameaça mais próxima vinha do reino de Castela, logo os castelos de fronteira foram inseridos numa política reconstrutiva levada a cabo pelo rei D. Dinis. No âmbito patrimonial, o castelo de Noudar insere-se na categoria de Monumento Nacional, como tal, inserido em disposição legal de protecção. Como estrutura e património cultural, merece um desenvolvimento na sua área de instalação, para que, o que é considerado como um bem cultural que a todos pertence, não só a posse mas também a responsabilidade de protecção, para que os vindouros possam usufruir de algo que os antigos deixaram como herança. Noudar chegou-nos como uma escolha, os anteriores portugueses, a quem coube a responsabilidade de conservação do castelo, escolheram que esta estrutura deveria permanecer, e não ser destruída porque já não tinha utilidade prática.

ÍNDICE: AGRADECIMENTOS ││ INTRODUÇÃO ││ 1. O ESPAÇO DE NOUDAR: ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E GEOLÓGICO │ 1.1. Os solos e a sua capacidade de utilização │ 1.2. As culturas │ 1.3. A fixação de uma comunidade humana: outros factores ││ 2. UM BREVE CONSPECTO HISTÓRICO │ 2.1. As Histórias Gerais de Portugal │ 2.2. O castelo de Noudar na historiografia regional portuguesa │ 2.3. A historiografia espanhola ││ 3. A FRONTEIRA NA IDADE MÉDIA: ESPAÇO DE SEPARAÇÃO OU APROXIMAÇÃO POPULACIONAL? │ 3.1. A fronteira e a guerra: a acção do castelo de Noudar │ 3.2. Podemos considerar a raia alentejana como uma região? │ 3.3. A raia alentejana como região histórica: vivências e actividades regionais │ 3.4. A raia na dinâmica cultural e relacional das populações de fronteira │ 3.5. Centro e periferia: a dinâmica da fronteira alentejana ││ 4. A IMPLANTAÇÃO DO CASTELO DE NOUDAR │ 4.1. O equipamento defensivo: a torre de menagem │ 4.2. Os torreões da fortaleza medieval de Noudar │ 4.3. Outros equipamentos defensivos │ 4.4. As entradas, as habitações e outras estruturas do castelo │ 4.5. O castelo de Noudar e outras fortalezas de fronteira: os castelos de Moura e Mourão │ 4.6. O enquadramento histórico de Noudar: da Pré-História a 1297 │ 4.7. O castelo de Noudar como centro organizador de um território de fronteira │ 4.8. Noudar como castelo estratégico ││ 5. O PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS: UMA PERSPECTIVA │ 5.1. A salvaguarda do Património em Portugal: breve panorama │ 5.2. O castelo de Noudar: o enquadramento jurídico-patrimonial │ 5.3. O território envolvente de Noudar: um património paisagístico necessário │ 5.4. A actual dinamização cultural do castelo de Noudar │ 5.5. A dinamização histórico-cultural do castelo de Noudar: novas perspectivas │ 5.6. A protecção do Património e a sua ligação com a sociedade │ 5.7. A conservação patrimonial: Noudar – um caso ││ CONCLUSÃO ││ SIGLAS E ABREVIATURAS │ FONTES E BIBLIOGRAFIA

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26/01/2022 - 13:17