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Lugares e caminhos no mundo pré-romano da Beira Interior

Tipología
Artículo de revista
Título de la revista

Cadernos de Geografia

Año
1998
Número
17
Páginas
35-42
Sinopsis de contenido

[Resumo extraído da fonte]

Partindo dos registos conhecidos respeitantes à ocupação humana da Beira Interior de finais do II/I milénio a.C. e das leituras que deles fazemos, este texto procura captar as grandes linhas de força que pautaram e articularam o "espaço vivido", à época, na região. O período que pretendemos analisar cobre um lapso de tempo demasiado amplo -cerca de 800 anos-, designado pelos arqueólogos por "Bronze final" e "Ferro inicial". A quantidade e qualidade da informação disponível acantonam-se, porém no período de transição  do II para o I milénio a.C., isto é, "Bronze final"/ "Ferro inicial", que também poderemos denominar pela expressão de "Proto-história Antiga". Nele incidiremos a nossa atenção sem, contudo, perder de vista o resto do milénio. Definida, caracterizada e preenchida a região com os múltiplos registos correspondentes aos testemunhos do passado, há que encontrar uma explicação verosímil para a sua distribução, pois nem aquela foi mero receptáculo, nem foi esta, decerto, aleatória nem, tão pouco, carecida de motivos. E importa também vislumbrar os caminhos percorridos e identificar os principais pontos nodais de cruzamento e de ligação a todos os demais. Contrariamente ao estudo das vias romanas e das calçadas medievais, não é com documentos escritos ou mesmo com vestígios materiais, que podemos definir e estudar os caminhos pré e proto-históricos. Estes não têm qualquer tradução física ou matelizada no terreno. Mais do que em qualquer outra situação, é bem certa, aqui, a máxima de que "os caminhos se fazem caminhando". Com efeito, não podemos recuperar a materialidade de algo que, embora real, logo se dissipou, depois do último passo, sem deixar rasto visível. A sua delineação e a sua história só podem fazer-se como a recuperação dos respectivos contextos geográficos, em função da orografia e das bacias hidrográficas, uma vez conjugados com os lugares que os sustentavam. Mas do que marcar caminhos, apenas poderemos intuir e sugerir os seus rumos e orientação, as zonas habituais de passagem, pois, decerto, só raramente os trilhos se decalcariam e coincidiriam no terreno. São caminhos que não passam de toscos bosquejos, ficando muito aquém de uma qualquer segura delimitação e identificação.

Lengua
Última modificación
25/06/2021 - 22:53