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E além do cereal, para | assim para | no horto, para a casa, que, que... que, que plantavam?p
É.
[Assent]
Tudo, um pouquinho de tudo.
Para comer.
É, claro, é.
[Riso]
Esta fruta aqui... conhece?
E a árvore é uma...
Laranjeira, está.
Tem muitas.
É, é uma, uma, uma zona boa para, para laranjas e limões, parece.
Tang-, tangerina também.
Está.
E estes aqui?
E a árvore?
E quando come uma cereija... [Emissão] joga fora o que?
Ah, chama caroço.
E se for de uma azeitona, por exemplo?
É caroço também.
Mas, se for de... uma uva?
Já é distinto, já é diferente.
Ou |
Ou uma... uma melancia, por exemplo.
Ah, já é distinto, é diferente.
É claro, claro.
Tem pouco, não é?
[Assent]
Está, está bom.
E, quando, por exemplo | imagino que o senhor fez al- | nalguma ocasião, [Emissão] quando tem... uma árvore boa, então corta um galho e prepra- | prepara para colocar noutra árvore, como chama a isso?
[Assent]
Sabe?
[Riso]
É uma arte isso, tem que saber.
É.
[Riso]
Como, como pr- | como é que prepara isso?
[Assent]
É uma... | é um... | é.
Uma planta para | é.
[Assent]
E ai fica por quanto tempo.
E já fica...
[Assent]
O que?
Não.
Ah, está.
Chamam assim a ele?
[Assent]
E conseguiu?
[Riso]
É.
[Assent]
[Riso]
[Riso]
É, sei.
Não.
E é comestível?
Isso é para comer?
Ah.
Um?
Não. [Riso]
[Riso]
[Riso] Não conheço, não conheço. [Riso]
E quando um terreno... ele não é semeado, por, por este ano não é semeado e fica ai... [Emissão] digamos, descansando até o ano seguinte, como chamam a esse terreno?
De?
De relva.
Ah, está.
Está.
E o que fazem com eles?
Levam lá os... |
O gado.
[Assent]
Por exemplo, quantas folhas tinham?
Três, imagino.
Duas, três.
[Assent]
E a azeitona, tinham, tinham oliveiras?
É?
Ainda tem... | ainda existe?
Já... está caído.
[Assent]
[Riso]
E como chamam a | ao | às uvas quando elas ainda estão todas juntas?
Chamam um, um que?
Um espigo de uvas?
Ah, está.
Um respigo.
Ia para o cesto, levavam e pisavam.
E o | de ai tiravam o, o mosto -não é?-, para ser vinho depois.
E o que ficava lá no... no fundo, aproveitavam para fazer aguardente ou alguma coisa?
[Assent]
[Assent]
Tem uma coisa assim que para a parte alta tem, tem bastante, que cresce na pedra, ele é assim verde, que... normalmente pegam para fazer os presépios.
O musgo, não é?
Ah, está.
Pronto.
Criadilha?
[Assent]
E estes aqui?
Não sei se dá para ver.
Dá para ver?
Ah, o tortulho.
[Emissão]
É.
E o senhor come?
Foi?
Conhece, conhece os, os, os que são...
Ah.
E esse como é?
Ah, esse é para comer.
[Assent]
[Riso]
Diga.
É verdade, sim.
Ten de ir lá buscá-las -não é-, bom, está bem.
Nas hortas?
[Emissão] Era alface, era couves, era repolho... era tudo.
Nabiças, melancia, tomates, pepinos, assim tudo...
Claro, para c-, para comermos, claro, [xxx] para comer.
[Emissão]
Oh... já fiz de tudo.
A laranja.
A laranjeira.
[Emissão] Olhe, aqui há muitas.
É, tem limões, há limões.
Ah, pois [xxx].
A figueira.
Cereija.
Cereijeira.
O caroço.
Caroço.
É.
[Emissão] Já... já... já tem aque-, aqueles caro-, aqueles caroços, já não...
É.
[xxx]
Tem as pevides.
Pois, tem as pevi- | o limão também tem as pedives... [sic] todas essas coisas.
Mas disso há cá pouco.
Pouco, pouco.
Os diospiros... também tem, há-os c-, com caroço e sem caroço... diospiros.
Enxerto.
Eu sei, eu sei fazer isso.
Sim.
Há navalhas próprias de enxe- | olha, essa navalha é de | é dos enxertos.
É.
[Emissão] É na casca, eu já pensei isso [TranscrDuvidosa], sei enxertar.
Depois leva um bocadinho de barro.
Com o barro, e depois é atado, ou con trovisco.
Sabe o que é o trevisco?
Uma planta... que deita a coisa.
Primeiro leva, leva para | o barro, e depois com o trovisco, enrolar.
Para toda a vida.
Aquilo depois fica apertadinho, cola e depois agarra parrada.
Olhe, está ai a... está ai a... [Emissão] a azeitona bordal... sabe o que é uma azeitona bordal [sic]?
Uma azeitona bordal.
É c-, é como as amêijoas.
É uma azeitona que aquilo... [Emissão]!
Colhia de aqui azeitona o Espanhol, que é o d-, o dono dessa casa... está ai, está ai, está ai em Barcelona, levou de aqui plantas, porque também sabe fazer o es-, o espanhol, foi dessa aze-, dessa azeitona para enxertar lá.
[Assent]
Consegue [TranscrDuvidosa], já, já está [xxx] a axeitona, azeitona... [Emissão]!
Está, tenho que ir | que lá tenho que ir buscar as ovelhas.
Agora faz-se noite no instante... [xxx].
Faz-se noite no instante.
As ovelhas [xxx] ai, naquelas árvores além, lá trás, as ovelhas.
Agora tenho que agarrar nelas, tenho que ir ao rio, aos moinhos, e depois tudo por ai, por ai em cima, venho aqui à [xxx], para a dormida.
Tenho que ir, se não...
[xxx].
Ai... fiz as [xxx]...
Desde os dez anos, devia ter, nunca fui a Lisboa.
Ceifar, mondar, sachar os milhos...
Sabe o que era sachar?
Um, um sacho, sachar, arrancar herbas, arrancar... [xxx].
Sabe o que é uma [xxx].
É uma planta quase [xxx] parreira, e embarra-se para o trigo e abafa o coiso, cria uma base assim.
Não... uma semente.
Sabe o que é um pé de burro?
Um pé de burro.
Come-se, cria umas patinhas de-, debaixo da terra... e a gente arranca-o, e a gente come aquelas patinhas.
Um pé de burro.
Uma saburrincha [TranscrDuvidosa].
Uma saburrincha [TranscrDuvidosa].
[Emissão] Aqui há muitos.
Sim.
Fica de relva.
De | fica de relva.
Pois.
O gado, para botar |
Nunca se pode semear tudo, temos que ficar com um terreno, claro, para pastar o gado.
Era assim.
Isto era... era esta folha |
Duas, três... chamamos-lhes nós folhas.
Pronto, esta folha ficava para pastar o gado... para vacas, para ovelhas, para porcos...
De antes, os porcos iam pastar também.
Eu fui porqueiro, fui tudo.
Ia de aqui, das relvas a pastar além para abaixo.
[Emissão]
Oliveiras?
[Emissão] Eu | para aqui havia oliveiras.
Isto é o que mais havia [TranscrDuvidosa], oliveiras.
Está ai o lagar.
[xxx] está tudo caí- |
Não, já tudo caído, só estão as paredes, deitaram tudo.
E depois havia balanças... pois quando era ai no São Miguel... começaram a comprar azeitona... azeitona.
Aqui estava a balança, ali estava outra, e já começou depois a [TranscrDuvidosa] vir carros, parelhas.
Além, para cá daquele cabeço, chamam-lhe a Foz, está ali um olival... [Emissão]
Quantos kilos já semeei ali! [TranscrDuvidosa]
E esta azeitona... | depois comecei a ir para fora, de antes, de antes, de antes não havia cá o coiso. com serra, [xxx] e tudo assim.
E fui [xxx] vinhas... de uvas, [Emissão]...
Eu pisei muita uva, arremangávamos... a pisar as uvas, com os pés.
Mas havia ai vinhas que era uma maravilha, havia ai m-, muita vinha.
Um espigo.
Sim.
Ou um respigo.
Depois tínhamos umas, umas tesoiras e chegávamos além... para dentro do [TranscrDuvidosa] cesto.
E depois iam a...
Pisamos.
Pois.
Pois...
Depois tinha o alambique, fazíamos a aguardente [Riso], essas coisas todas.
Fazíamos a água-, a água-pé, também tirada do vinho.
Era quase vinho.
O musgo.
O musgo.
Olhe, ainda o outro dia andava um primo meu, e mais a mulher... | leva-se, leva-se uma raspadeira ou... ou uma colher e depois [xxx] aqui e [xxx] aqui para o presépio.
É o musgo.
Temos uma erva, uma erva que se | chama-se-lhe criadilha.
Sim, aquilo é bom, nasce b- | na terra, debaixo da terra, com | é [xxx] batatas, e depois elas [xxx] vão crescendo, e a, e a, e a terra abre.
Chamam-se os solheiros.
Tortulho.
Tortulho.
[xxx], o tortulho [xxx] à terra.
Ainda o outro dia fui.
Este tortulho ai |
Bons e que não, o que não prestam.
Está a pata da perdiz... chamam-lhe a pata da perdiz.
Também é bom para comer.
[Assent]
Estão os outros que [xxx] nos pinheiros, fomos apanhar o outro dia, [xxx] fiz aquilo com arroz... oh, sim que estava bom!
Apanhei-os eu, ai para, para Monfortinho.